Lembro-me do ano de 2002 quando disputamos o campeonato de futsal aberto da empresa CCE da Amazônia. Várias equipes estavam inscritas, dentre elas um time do bairro da Glória (D. Móveis) e o time favorito do campeonato, o que representava a empresa. Toda vez que jogávamos não havia público, aliás, havia, Daniele, uma jogadora do nosso time feminino, mas quando após os nossos jogos havia o jogo da CCE a quadra ficava completamente lotada. Enfim, o ampeonato foi passando, nós fomos ganhando de um lado, a CCE do outro e aconteceu de os dois times se encontrarem na final do certame. E foi justamente aí que nossa aventura pelo distrito industrial começou. Quando chegamos para jogar a final a não havia mais lugar pra ninguém na quadra, talvez os chefes tenham liberado os funcionários para torcerem pelo time da empresa, que aliás tinha massagista, gatorade, mas tinham um equipamento da mesma cor do nosso. Foi então que um dos donos do time deles se dirigiu até o professor Dalmir, representante do Santhos e indagou: - Vocês só têm esse equipamento aí é? Dalmir, com uma irônia que lhe é peculiar disse que sim, mas um sim bem desprezível, sem olhar pra quem lhe perguntava. O representante da CCE então disse que providenciaria outro equipamento pro time dele com um ar de desdém, de auto-confiança, de quem estava certo do título. Muito esperto, aproveitando o momento, Dalmir pegou o acontecido como exemplo e nos motivou dizendo que estavam nos tratando como uma galinha morta, que todos só tinham dúvida de qual seria o placar a favor da CCE. Entramos em quadra vaiados, mas mordidos, esquecemos cansaço, dor, a torcida que nos ameaçava, mas depois do ocorido sequer pensamos em entregar o jogo. Modesto, um de nossos jogadores, entrou em quadra com ordens explítas do Dalmir para mostrar a um dos jogadores da CCE que estava batendo em todo o nosso time que também sabíamos bater. Na primeira bola que esse valentão pegou Modesto deu-lhe um escorão que o jogou na arquibancada. O tempo fechou, mas o Modesto continuou em quadra e jogou muito, e cada vez que ele pegava na bola além de receber vaias, era chamado de pit bitoca. Que maldade! O jogo foi eletrizante, o placar permaneceu em 2 X 2 até o finalzinho, quando o Bebeto fez uma jogadaça e deu passe pro Bigulu fazer o gol que nos consagrou campeões, pena que tivemos de sair de lá voando, pois a torcida queria nos linchar, mas não nos acovardamos, nem nos esquecemos desse causo ímpar. Foi demais!!!